quinta-feira, 29 de novembro de 2007

Sociedade e Arte


Bruno Corrêa

Pinturas e esculturas são indubitavelmente obras artísticas muito apreciadas, fato que explica a existência de museus e exposições voltadas somente para elas. No entanto, observamos um decréscimo no número de pessoas que freqüentam tais lugares: muitos museus encontram-se vazios em dias de visita, enquanto nas exposições o número de pessoas é baixo, tendo apenas a participação principalmente de familiares e amigos dos artistas. Mas existem explicações razoáveis para tal acontecimento.

Na sociedade de mercado em que vivemos, as pessoas acabam por privar-se das coisas simples e prazerosas, tal como apreciar tanto o seu arredor quanto uma obra de arte, e, desta forma, ao seguirem uma rotina corriqueira e cansativa, não conseguem tornar a atenção às exposições e aos museus, tornando-se cada vez mais similares a máquinas.

Uma grande esperança está na internet, que, por ser um meio de comunicação rápido e prático, pode fazer com que mesmo com tal dia-a-dia, as pessoas possam admirar as obras em questão. Entretanto, não sabemos até onde esta sociedade nos transformará.

As pessoas se tornam cada vez mais insensíveis e individualistas, agindo, principalmente, de maneira pratica para obtenção de capital. As formas de expressão utilizadas nas pinturas e esculturas não têm tanto efeito quanto antigamente. Enquanto isso, porém, são formados novos tipos de arte, como por exemplo, o grafite e as artes nos semáforos.

FOTO: http://jpn.icicom.up.pt/

Arte da Escrita

Fernanda Marion

Segundo Duarte Jr., a arte “é uma forma de tornar o mundo mais sensível”, a fim de facilitar sua percepção e compreensão. Dentro desse contexto, a literatura é considerada uma maneira de expressão artística, seja na forma de poema, prosa, narração, sátira ou fábula, exatamente por abordar temas relevantes à época e possibilitar ao leitor um entendimento posterior e complementar. Em um breve histórico da literatura, pode-se perceber que a temática e os assuntos evoluiram junto com o modo de pensar do homem.

As primeiras obras literárias que se têm conhecimento foram os poemas Ilíada e Odisséia, de Homero, que narravam aventuras do herói Homero e da Guerra de Tróia, e datam dos séculos VIII a. C. a II a. C. Seguindo essa mesma temática, surgem as obras dos séculos X d.C. em forma de poemas, também. As Canções de Gesta eram narrativas orais que abordavam histórias de guerra, durante o século XI. E ainda neste século houve a produção de obras em prosa, como novelas de cavalaria e lenda, como, por exemplo, “A lenda do Rei Arthur”.

No período compreendido entre os séculos XII e XIV, os temas abordados foram o amor platônico e a sátira. Esta última era classificada pela forma como eram transmitidas (identificando a pessoa satirizada ou não) em de Escárnio e Maldizer, caracterizando o Trovadorismo. Durante o Humanismo (séculos XIV a XV) o homem passou a ser mais valorizado e a literatura manteve características religiosas, mas já se podia perceber ideais greco-romanas sendo reconsideradas. Alguns nomes que ganharam reconhecimento nessa época foram Gil Vicente e Dante Alighieri.

No século XVI, o classicismo resgatou a cultura greco-romana e nesse período Camões escreveu “Os Lusíadas” que narrava aventuras acerca dos descobrimentos. Shakespeare ganhou destaque na poesia lírica e no teatro, da mesma forma que Miguel de Cervantes escreveu Dom Quixote de La Mancha: sátira bem-humorada das novelas de cavalaria.

Com a Contra-Reforma (século XVIII) a literatura foi marcada com a tradição católica. Como principal exemplo, se tem o francês Jacques Busseut, que defendeu a origem divina dos reis nas oratórias sacras. Ainda no século XVIII, houve o Neoclassicismo, em que a razão e a ciência foram valorizadas para se chegar ao conhecimento humano. Foi nessa época que críticas ao absolutismo foram feitas e que o romance passou por um processo de crescimento.

O século XIX é marcado por duas escolas literárias: o Romantismo ― que valorizou a liberdade de criação, a fantasia e os sentimentos com obras subjetivas e com caráter nacionalista ― e o Realismo, que fez críticas à sociedade capitalista e suas contradições, além de retratar o homem tanto nos aspectos bons quanto nos ruins.

Entre os anos de 1910 e 1930, a literatura esteve em busca por novos caminhos e formatos. Os anos 40 retrataram os pessimismos e medos gerados pela 2ª Guerra Mundial; os 50, criticaram os valores tradicionais, o consumismo e Henry Miller chocou com sua apologia da liberdade sexual. Por sua vez, as décadas de 60 e 70 foram caracterizados por um realismo abordado em ficções, também com algumas obras épicas e romances. Nesse contexto, a literatura mudou o foco para a crítica da natureza da ficção, deixando de centrar apenas nas relações entre o homem e o mundo.

Hoje o que se vê são romances irreais, sendo alguns poucos que tiveram origens reais. As outras publicações são livros de biografia, didáticos, auto-ajuda e técnicos. Com a produção literária perdendo cada vez mais a identidade de narração de aventuras históricas, críticas à sociedade e a baixa produção de poesias nesse contexto, a literatura hoje ainda é arte?

FOTO:
http://www.consciencia.net/

Mais antiga das Artes


Romeu Caldeira

A dança, uma das três principais artes cênicas da Antiguidade ― juntamente com a música e o teatro ― surgiu a partir da necessidade de o homem pôr para fora suas emoções cotidianas. Antes de procurar se comunicar com palavras, as pessoas já se expressavam com movimentos corporais. Por isso, a dança é considerada a mais antiga das artes, e talvez a mais completa também, pois quem dança cria, ao mesmo tempo, um movimento e o expressa através do próprio corpo.

É caracterizada pelo uso do corpo, seguindo movimentos previamente estabelecidos (coreografia), ou por improvisados (dança livre). Ela também sempre teve grande presença e importância na vida do homem, pois o acompanha ao longo da sua história desde os rituais dos povos primitivos, passando por acontecimentos sociais e religiosos, e influenciando até nas festas dos dias de hoje, como o carnaval, por exemplo.

Pode apresentar-se tanto como manifestação artística, quanto como forma de divertimento. Como arte, se expressa através dos signos de movimento, podendo ter uma ligação musical, destinando-se a um determinado publico, fato muito recorrente em apresentações teatrais.

É dividida em duas formas artisticas: primeiramente, as cênicas, muito usada em teatros e apresentações circenses, usando estilos de Balé, Dança Moderna, Dança Contemporânea entre outras; e, logo em seguida, as sociais, estilos de danças que caracterizam a cultura de determinado país, as chamadas Danças Populares Tradicionais, e também por outros tipos de manifestações como, por exemplo, as Danças de Rua.

Além de sua presença em apresentações teatrais, circenses e afins, pode-se observar a arte da dança em outros meios, como por exemplo em esportes que se utilizam da expressão corporal. Neste quesito, destaque para as Ginásticas Artística e Rítmica, além do Nado Sincronizado, que atualmente têm tido mais repercussão na mídia.

FOTO: gruporege.vilabol.uol.com.br